Friday, September 07, 2007

A propósito de tolerâncias...

A propósito deste post, parece-me importante desenvolver aqui algumas das ideias que ali deixei em comentário.
A primeira é a de que os filhos não são nunca um fardo, um peso, um inconveniente. Eles são uma escolha de vida e para a vida. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Não se perde nada quando se tem filhos: escolhe-se. E escolhe-se porque há um ganho. Um ganho imensurável. Não há palavras humanas para esse mais que os filhos representam para nós. É por isso que eu escrevo pouco sobre isso. Porque quando escrevo me sabe sempre a menos do que aquilo que efectivamente sinto. Por isso também agradeço à Fren as aproximações que ela vai escrevendo, àquilo que ela própria sente em relação ao P.
A segunda, como ali digo, tem a ver com a discriminação de que pais e filhos são alvo.
Rerpito o que ali disse:
"Quanto à intolerância de que falas, penso que o problema vai um pouquinho mais longe. Tem a ver com reconhecer o direito de ser pessoa aos nossos filhos. Quantos de nós aceitaríamos um convite para uma festa onde não fossem admitidas pessoas de outras raças? Ou homossexuais? Como é que nos sentiríamos se alguém fizesse comentários, ou tivesse reacções racistas num restaurante, por causa da presença de alguém de outra raça? Não pactuo com preconceitos infantofóbicos: os meus filhos, e os dos outros, pois claro, têm o direito a ser e a ser como são. Não lhes aceito más educações e esforço-me por que não incomodem, da mesma forma que o faço eu próprio (tento ser educado e não incomodar). Mas eles têm o direito de ser e de estar e eu não abdico do direito de estar com eles. "
E acrescento:
Se um restaurante ou um café não tiver casa de banho não tem licença de utilização. Se a minha filha tiver de mudar a fralda num restaurante, onde é que o pode fazer, em condições de privacidade?
Porque é que nos poucos sítios - praticamente só em centros comerciais - onde existe uma simples prancha para mudar a fralda ela se situa nas casa de banho das mulheres?
Outro aspecto é a fruição culturalPorque é que o meu filho, que gosta de música clássica e a ouve com gosto, tem de assitir à mesma por CD ou TV ? Queremos poder assistir a concertos ao vivo em ambiente informal, onde a forma de ser das crianças seja respeitada. Mete-me muito mais confusão que um adulto tussa alto, atenda o telemóvel, não o desligue, num concerto, do que uma criança ria, brinque ou fale num concerto realizado ao fim da tarde.
E por fim, se não fôr pedir muito, gostava que esta "programação cultural" para crianças fosse feita a horas em que os adultos - por exemplo os pais! - pudessem acompanhá-los. É que a maior parte das iniciativas que tenho encontrado são a horas em que estou a trabalhar.
Por último é importante que estas iniciativas culturais respeitem as crianças, na sua forma de ser. Não me esqueço de certa história contada por quem não sabia lidar com o barulho e a paerticipação natural das crianças ou da exposição de quadros para crianças em que o limite inferior dos quadros estava colocado acima da altura do meu mais velho... às cavalitas ele tinha que olhar para baixo de pé tinha de olhar para cima. Ao colo pesava que se fartava. Não ligou nenhuma à exposição. Se calhar são as crianças que não estão preparadas para estas exposições para crianças.

1 comment:

Unknown said...

Bom JM como troquei o
post , digo que amanha acabam as ferias não é bem o mesmo mas é parecido ....