Monday, February 12, 2007

Brincar ao balcão

Tudo começou com o JM a colocar-se atrás de uma arca antiga, que nós temos num canto da sala de jantar. Eu aproximei-me e lembrei-me de pedir um copo de água, depois um café, pedi um pão com manteiga e fiz questão de pagar: duas moedas. Tudo virual, apoiado em mímica: virtual o café, a água, o pão com manteiga e as moedas claro! Mas a água estava muito fresquinha, o próprio JM também provou.
Gosto de o ver brincar assim: saber que não precisa de plásticos para brincar, que a capacidade de criar está dentro dele, que nas suas mãos podem existir todas as coisas que ele quiser. Se ele quiser.

Apesar disso, decidi refinar a coisa: peguei nos lápis de cera e desenhei cenouras, alfaces, flores, maçãs, bananas. Cortei individualmente. Estivémos a organizá-las por grupos e temos brincado às mercearias: ó Sr. J, arranje-me duas bananas e três cenouras, por favor! É claro que ainda tenho que ajudar a contar: o JM tem noção da sequência dos números (um, dos, tês, quato, quinco, seis, xete oto, nove, dex, onche, doche, teze) mas não do seu valor. Ou seja: ele já vai sabendo, tem dias, que depois do dois vem o três mas ainda não sabe o que quer dizer três.

É um jogo muito simples e divertido, que eu não conhecia, que descobrimos juntos. Às vezes surpreende-me como é intuitivo ser pai.

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